segunda-feira, 8 de agosto de 2011

BOB DYLAN vs JIMI HENDRIX: All Along The Watchtower

Bob Dylan vinha gradualmente a conquistar o seu papel de porta-voz da nova geração rebelde.  A sua passagem do som acústico para o eléctrico, em 1965, tinha provocado ondas de indignação entre os puristas da música folk mas fizera-o ganhar uma nova plateia mais jovem.

Um Dylan psicadélico

Com o single Like A Rolling Stone, Dylan inicia a construção de um novo mito que irá ter o seu ponto mais alto naquele que, na minha opinião, é o seu melhor álbum de sempre: Blonde On Blonde.  Poucos dias depois de terminar a gravação desse duplo álbum, a 9 de Março de 1966, ele e a sua nova banda constituída por membros do grupo The Hawks, retomam em Estocolmo a longa digressão iniciada no ano anterior (World Tour 1966) e que só terminará em Londres, no dia 27 de Maio, no Royal Albert Hall.

De regresso aos EUA ruma a Woodstock aonde, desde há um ano, tinha a sua residência, e, a 29 de Julho, tem um acidente com a sua mota quando a levava da casa do seu empresário, Albert Grossman, para uma oficina.  Para além dele e da sua mulher, Sara Lowndes, que o seguia de carro, ninguém sabe ao certo o que se passou mas o acontecimento rapidamente passou a notícia no New York Times, quando um concerto que tinha sido agendado para o Yale Bowl foi cancelado e, daí ao surgir de uma série de boatos, foi apenas um passo.

«Eu tinha tido um acidente de mota e ti-
nha ficado ferido, mas recuperei. A ver-
dade é que eu queria sair da corrida de
ratos. Ter tido crianças mudou a minha
vida e separou-me de toda a gente e de
tudo o que se estava a passar.» – Dylan(2)

Foto em família

Durante meses ninguém mais ouviu falar dele a não ser pelos habituais rumores que o davam ora em desintoxicação, ora como paraplégico, ou mesmo como morto... só nove meses depois do acidente, Dylan receberia um jornalista, o seu amigo Al Aronowitz(1), para uma entrevista e só a 20 de Janeiro de 1968, iria aparecer em público numa série de eventos de homenagem ao seu herói Woody Guthrie, no Carnegie Hall de Nova Iorque.

Dylan e os The Band
Carnegie Hall, 20 de Janeiro de 1968

Com uma série de projectos em mão, entre os quais um filme dirigido por D.A. Pennebaker sobre a sua digressão pelo Reino Unido, Eat The Document, e um livro, Tarantula, prestes a ser publicado, Dylan passou o período de recuperação sem se entediar.  Aos poucos, e por sugestão de Grossman, os membros dos The Hawks acabaram por se juntar em Woodstock aonde alugam um casarão que transformam numa espécie de estúdio-garagem.

«Albert Grossman sugeriu ao grupo que
já que eles estavam pendurados, poderiam
muito bem mudar-se para o interior para
estar mais perto do Bob, que estava a pre-
parar-se para gravar outro álbum. Foi as-
sim que acabaram por alugar a casa de
Pine Lane em West Saugerties conhecida
por... Big Pink.» – Levon Helm/Stephen
Davis(3)

Entre Junho e Outubro de 1967, Dylan e os futuros The Band, concentram-se numa série de canções novas que viriam a ser informalmente registadas e, mais tarde, conhecidas no seu conjunto, por The Basement Tapes, título sob o qual foram publicadas algumas delas no ano de 1975 mas, paralelamente, Dylan ia criando um novo projecto que passava por “regressar” à música country, numa espécie de retorno a formas musicais mais simples e básicas, alegadamente, como reacção aos “excessos” de Sgt. Pepper's dos Beatles.

Capa do John Wesley Harding

A gravação de John Wesley Harding, como não poderia deixar de ser, deslocou-se para os estúdios da Columbia Records em Nashville, Tennessee, a capital da música country, com o produtor Bob Johnston à frente do projecto e dos restantes envolvidos: Charlie McCoy, no baixo, e Kenneth Buttrey, na bateria.  A primeira das três sessões necessárias para gravar o álbum realizou-se no dia 17 de Outubro.  All Along The Watchtower viria a ser gravada na segunda sessão, a 6 de Novembro, tendo sido misturada a partir de duas de cinco takes registadas para esse tema.

Na altura, mais do que qualquer outro nome do rock, Dylan era as palavras que usava nas suas canções e se, em geral, as letras neste álbum, cheias de referências bíblicas e personagens da “conquista do Oeste”, são consideradas muito pessoais e alegóricas, com All Along The Watchtower isso não viria a acontecer.  De um modo simples, ele parte de um diálogo “sério demais” para os seus protagonistas, um bobo (uma espécie de palhaço contratado para alegrar as festas das classes dominantes medievais) e um ladrão, o que de todo seria suposto ser muito pouco provável...

There must be some way out of here
Said the joker to the thief
There’s too much confusion
I can’t get no relief

Creio ser uma “introdução” auto-biográfica se se tiver em consideração o que se sabe sobre a manifesta “necessidade” de Dylan se afastar da ribalta;

Businessmen they drink my wine
Plowmen dig my earth
None of them along the line
Know what any of it is worth

Nenhum bobo tinha vinhas ou terras – julgo ser evidente que ele está a “modernizar” a sua narrativa... o vinho, muitas vezes, é usado como uma alegoria de sangue, e a terra, de carne, e assim faz todo o sentido: o poema continua a “falar” dele, analisando o seu papel como estrela no sistema capitalista;

No reason to get excited
The thief he kindly spoke
There are many here among us
Who feel that life is but a joke

O ladrão assume o papel de sábio, talvez como um outro eu do bobo, opinando que no universo que os rodeia, a falta de maturidade campeia...

But you and I we’ve been through that
And this is not our fate
So let us not talk falsely now
The hour is getting late

E claro, ele assim como o bobo, porque já passaram por isso, sabem que o futuro não está aí e que não se podem, nem devem, enganar porque já está a ficar tarde demais para isso.

All along the watchtower
Princes kept the view
While all the women came and went
Barefoot servants too

A partir daqui, Dylan cria o necessário ambiente épico para o apocalíptico verso final, com príncipes atentos ao horizonte a partir de torres de vigia... enquanto mulheres e “pés-descalços” entram e saem... ou chegam e partem.

Outside in the distance
A wildcat did growl
Two riders were approaching
The wind began to howl

E eis que o que os príncipes temem nas suas vigílias a partir das torres, o que se aproxima lá de longe, para lá do vulto agoirento de um gato selvagem a rosnar, está prestes a acontecer: dois cavaleiros que se aproximam e o vento começa a uivar... será que os dois cavaleiros são o bobo e o ladrão, que sabem que já é tarde para serem enganados e enganarem outros?

«Em “All Along The Watchtower”, é claro
desde a primeira linha, “Deve haver algu-
ma maneira de sair daqui”, que a canção
é um aviso do vigia da destruição que está
prestes a tombar sobre nós. Existe alguma
saída? Bem, “a vida é apenas uma piada”
e “já está a ficar tarde”. Os animais selva-
gens rondam, o vento começou a uivar, e
“dois cavaleiros” aproximam-se. O que,
ou quem, significa estes “dois cavaleiros”?
Uma resposta possível e muito provável,
atendendo a todo o contexto da canção, é
que os “dois cavaleiros” sejam a Morte e
Hades que, de acordo com o Apocalipse
6:7-8, são lançados sobre a Terra quan-
do o quarto selo é quebrado.  A Morte e
Hades cavalgam sobre os seus cavalos
“para matar com a espada, e com a fome,
e com a peste, e com as bestas selvagens
da terra.”» – James Harris(4)

Jimi Hendrix já se tinha encontrado com Dylan pelo menos uma vez, quando ambos frequentavam os clubes da zona boémia de Nova Iorque, o Greenwich Village, mas como os dois estavam muito “pedrados” da única coisa que ele se lembrava desse encontro era de que se riram muito(5).  Para ele, Dylan era uma espécie de herói, um exemplo de que havia um lugar para ele, mesmo e apesar de ser negro.  Quando em finais de Janeiro de 1968, teve acesso ao novo álbum de Dylan, o seu entusiasmo foi imediato e, uma vez mais, genuíno: embora nunca tivesse gravado qualquer canção dele, a sua admiração não era de então e, nas suas actuações ao vivo, canções como Can You Please Crawl Out Your Window? ou Like A Rolling Stone, faziam parte com alguma regularidade, do reportório tocado pelos Experience.

«Eu gosto do Blonde on Blonde e do High-
way 61 Revisited. O seu material country
também é agradável, em alguns momentos.
É mais calmo, sabes.» – Jimi Hendrix(6)

Hendrix andava então a preparar o novo álbum do seu grupo, a Experience, e conforme a agenda do grupo permitia, iam gravando umas espécies de faixas-base a partir das quais ele pretendia fazê-las evoluir.  Uma das ideias que tinha como assente, era a de fazer uma cover de uma das canções de Dylan.

Várias versões existem para a escolha de All Along The Watchtower.  Uma conta que ao ouvi-la numa pequena festa aonde estavam presentes Dave Mason, o guitarrista/vocalista dos Traffic, e Viv Price, de imediato optou por ela e nessa mesma noite, com Mason, na guitarra acústica, e Brian Jones, dos Rolling Stones, no piano, gravou uma primeira versão.

Brian Jones, Kathy Etchingham e Jimi
Festa dos Grapefruit, Apple Records, 19 de Janeiro de 1968

Kathy Etchingham, a sua namorada na altura, conta uma outra história:

«Ele tinha-o em grande admiração, e eu
convenci-o a fazer a Watchtower. Levei-o
a isso. Ele queria gravar I Dreamed I Saw
St. Augustine, que está no mesmo álbum,
mas julgava que era muito pessoal, que era
uma canção mesmo do Dylan e que ele não
a poderia usurpar.» – Kathy Etchingham(7)

Andy Johns, o engenheiro de som presente no Olympic Studios, confirma que de facto a primeira gravação foi feita na tarde da tal festa (21 de Janeiro) mas dá a entender que ninguém (incluindo o próprio Hendrix) ainda conhecia as canções de John Wesley Harding:

«Essa foi a primeira vez que qualquer um
de nós tinha ouvido qualquer dessas fitas do
Dylan. Ele chegou com essas bobines do
Dylan e nós tocámo-las no estúdio.» – Andy
Johns(8)

Ao todo, nessa sessão no Olympic Studios, foram gravadas 27 takes na tentativa de captar o que Hendrix pretendia.  Inicialmente, a ideia era torná-la o máximo acústica possível, seguindo o modelo de Dylan, com ele a tocar uma viola de seis cordas, e Mason, uma de 12 cordas.  Noel Redding, o baixista do grupo, já em pé de guerra com Hendrix, e saturado das constantes tentativas acabaria por abandonar o estúdio [«Saí de novo. Disse ao Hendrix que se fodesse.»(7)].  Na bateria, o paciente Mitch Mitchell aguentava as eternas repetições.  Por volta da vigésima primeira tentativa, Brian Jones apareceu no estúdio, notoriamente “vagueando” e querendo participar sentou-se ao piano, para desespero dos restantes presentes, mas ao fim de duas tentativas, aborrecido, retirou-se.  Entretanto Mason já estava com o baixo e Hendrix com a sua guitarra eléctrica e, mais tarde, encarregar-se-á também do baixo.  Cinco dias mais tarde, Eddie Kramer e Chas Chandler, assumindo que a canção já estava concluída, resolveram misturá-la.

«Então ele fez a Watchtower mas não fez
nada com ela por muito tempo enquanto
pensava sobre ela. Ele não se atrevia a pu-
blicá-la, porque era uma ‘canção do Bob
Dylan’. Mas eu toquei-a para toda a gente
e isso costumava pô-lo zangado.» – Kathy
Etchingham(7)

Jimi, Kathy Etchingham, e... Mateus Rosé

Em Abril, com a Experience em constantes actuações pelos EUA e com Krammer a mudar-se também para lá, depois de ter aceite a oferta de emprego de Gary Kellgren, o patrão dos estúdios Record Plant, as bobines com as gravações feitas no Olympic são enviadas para Nova Iorque aonde Krammer, logo no dia a seguir à sua chegada, dia 18, assume os comandos dos botões preparando tudo para receber o grupo, o que acontece dois dias mais tarde.  O regresso ao trabalho de estúdio irá prolongar-se por várias sessões esporádicas ao longo dos próximos quatro meses aonde, ao mesmo tempo, Krammer e o engenheiro de estúdio, processam a transferência das gravações feitas em quatro pistas para doze e, posteriormente, para dezasseis pistas.

No caso de All Along The Watchtower, para além de umas pequenas modificações (uma ou outra duplicação de guitarras, efeitos sonoros, etc), Hendrix quis remodelar toda a parte da bateria, substituir em definitivo a participação de Mason no baixo pela sua versão e, por fim, a adição da vocalização.  Nela, viria a introduzir ligeiras modificações na letra para preencher “espaços vazios” e facilitar a sua tarefa, como é o caso da introdução de kind of entre some e way, no primeiro verso, ou de cold antes do distance, no verso vinte e um.  Com algum significado de peso, surgem as modificações feitas nos últimos versos do segundo grupo:

Businessmen there drink my wine
Came in dig my earth*
None will level on the line

Nobody offered his word


* Há quem ouça Came and take my herb

Jimi no Record Plant

A mistura final viria a ser feita pelo próprio Hendrix e por Krammer.

«Quando chegou à mistura, foi um caso do
Jimi e eu a fazermos juntos e de apenas a
fazermos parecer o mais comercial que pos-
sivelmente conseguíssemos. Pelo menos, foi
isso o que eu estava a procurar com o uso
criterioso da compressão e da EQ e da re-
verberação. Era o que tínhamos à nossa dis-
posição e eu acho que resultou.» – Eddie
Krammer(9)

Ouvir a versão de Hendrix de All Along The Watchtower é ser-se iniciado no sentido apocalíptico do poema de Dylan: os sons eléctricos despertam-nos imagens de que os acústicos nunca conseguiram sequer tentar.

Jimi Hendrix

 Nitidamente dividida em três partes distintas, uma inicial dedicada ao bobo, que se liga a uma segunda, a correspondente à fala do ladrão, por um ligeiro solo inconsequente, e por fim uma terceira parte aonde cabe o cenário do enredo, e a densidade da sua vocalização vai evoluindo com a canção, tornando-se cada vez mais densa, mas não é só a sua voz que se transforma: a partir dos versos dando voz aos dois protagonistas (mais ou menos ao 1:43 minuto), com a introdução de um solo que cria ambientes em crescendo, a canção adquire uma carga dramática que só poderia acabar com a guitarra a uivar como o vento do poema.

Capa da versão europeia do single

O single, com Burning Of The Midnight Lamp no lado B, viria a ser posto à venda nos EUA, mais ou menos, um mês antes do álbum de que faria parte, Electric Ladyland, mantendo-se cerca de nove semanas nas tabelas de venda e conseguindo a melhor posição de todos os singles que o grupo lançara naquele mercado, um #20.  No Reino Unido, ela viria também a ser lançada em single uma semana antes do álbum, a 18 de Outubro, mas tendo como companheira Long Hot Summer Night e, em cerca de um mês, conseguido a sua melhor posição de sempre nas Charts, o #5.

Foto escolhida por Jimi para o Electric Ladyland

«(...) se seguirem a conduta da guitarra ri-
tmo, e tiverem na vossa mente a música o-
riginal, podem ver a maneira como Hendrix
reveste o seu som lindamente freak sobre a
já estabelecida estrutura da canção. Ele é
fiel ao seu ambiente e ilustra realmente a
linha “the wind began to howl.”» – Tony
Glover(10)

Nas listas de melhores canções publicadas pela revista Rolling Stone, ao longo da sua existência, a canção subiu do #65, no ano de 1988, para o #48, em 2004, o que, no mínimo, demonstra que ao longo de trinta e seis anos, All Along The Watchtower não só não desapareceu da cabeça dos críticos musicais como, pelo contrário, conseguiu adquirir uma nova força com o decorrer dos anos.

«A versão de Hendrix de “All Along The
Watchtower” de Dylan, (...) transformou
(-a) de parábola metafísica no hino naci-
onal da América-no-Vietname e do Viet
nam-na-América.» – Graig Warner(11)

«É talvez o melhor exemplo de uma ‘cover’
de rock: em comparação com o original, é
como passar de um filme em 8mm para um
em Technicolor widescreen. (...) É uma le-
tra que nos apresenta uma sequência de i-
magens memoráveis, sugerindo grandes e-
ventos sem nunca nos deixar saber aonde
esses eventos acontecem. Ela termina com
dois cavaleiros que se aproximam, e o ven-
to começa a uivar. Ela deixa-nos a imagi-
nar o que acontecerá depois.» – Rikky
Rooksby(12)

«O tributo de Dylan tem sido, então, es-
sencialmente musical – e não é culpa de
Jimi Hendrix se os fãs de Bob têm ouvi-
do no global, ao longo dos anos, dema-
siadas revisitas a “All Along the Watch
tower” (até ao final de 2003, Dylan ti-
nha-a tocado em concertos 1.393 vezes,
e nunca uma vez à la John Wesley Har
ding).» – Michael Gray(13)

Olympia, Paris, 29 de Janeiro de 1968

- Vejam aqui e aqui alguns dos discos da colecção de Jimi Hendrix.


_______________________
(1)   HEYLIN, Clinton. “189. You Can Change Your Name”. Revolution In The Air. The Songs of Bob Dylan 1957–1973. Chicago: Chicago Review Press. 2009. p.320;
(2)   DYLAN, Bob. “New Morning”. Chronicles, Volume One. New York: Simon & Schuster. 2004. p.114;
(3)   HELM, Levon, e Stephen Davis. “Dylan Goes Electric”. This Wheel’s On Fire. Levon Helm and the Story of The Band. Chicago: Chicago Review Press. 1993, 2000. pp.149/150;
(4) HARRIS, James F. “A Hard Rain’s A-Gonna Fall”. Chapter 6. Brother Love’s Traveling Salvation Show: The Theology of Rock. Philosophy at 331/3rpm. Themes of Classic Rock Music. Chicago:
Open Court
. 1994. pp.201/202  
(5)   SHAPIRO, Harry, e Caesar Glebbeek. “Chapter Five. Dusty Boots Cadillac”. Jimi Hendrix. Electric Gypsy. New York: St. Martin’s Press. 1992. p.104;
(6)   MENN, Don, e John Burks. “Jimi Hendrix”. September 1975. Secrets From The Masters. San Francisco: Miller Freeman Inc. 1992. p.116;
(7)   FAIRCHILD, Michael. “The Jimi Hendrix Electric Ladyland”. CD Sleeve Notes. MCA Records, Inc. 1993;
(8)   MCDERMOTT, John, e Eddie Kramer. “Axis: Bold as Love”. Hendrix. Setting The Record Straight. New York: Warner Books, Inc. 1992. p.106;
(9)   BUSKIN, Richard. “Classic Tracks: Jimi Hendrix Experience All Along The Watchtower. Eddie Krammer”. Sound On Sound. November 2005;
(10) GLOVER, Tony. “Electric Ladyland, The Jimi Hendrix Experience”. Records. Rolling Stone No.21, November 9, 1968. p.20;
(11) WERNER, Craig. “All Along The Watchtower: Jimi Hendrix and the Sound of Vietnam”. Section Two: Love or Confusion? Black Power, Vietnam, and the Death of the Dream. A Change Is Gonna Come. Music, Race & The Soul Of America. Edinburgh: Canongate Books. 1998, 2002. p.110;
(12) ROOKSBY, Rikky. “Track 21. All Along The Watchtower. The Jimi Hendrix Experience.Inside Classic Rock Tracks. San Francisco: Backbeat Books. 2001. pp.45/46;
(13) GRAY, Michael. “Hendrix, Jimi [1942 - 1970]”. The Bob Dylan Encyclopedia. New York: Continuum. 2006. p.307.