1947, 8 de Janeiro
Nasce em Brixton, Londres, com o nome de David Robert Jones;
1962
Em resultado de uma luta com um amigo, George Underwood, o seu olho esquerdo é danificado. Nesse mesmo ano, forma o seu primeiro grupo de rock, os Konrads;
1964, 5 de Junho
Sai o primeiro single de Bowie, Liza Jane/Louie Louie Go Home, na etiqueta Vocalion Pop, sob o nome de Davie Jones & The King-Bees;
1965, 16 de Setembro
Devido à existência de um David Jones, o do então muito popular grupo The Monkees, adopta o nome de Bowie recorrendo ao herói de Álamo, Jim Bowie;
1967, 14 de Abril
Sai sem sucesso o single The Laughing Gnome/The Gospel According To Tony Day, através da Deram, uma das subsidiárias da Decca Records. Reeditado em 1973, atingirá o 6.º lugar nas tabelas britânicas;
1967, 1 de Junho
Ainda na Deram, Bowie lança o seu primeiro LP, com o título de David Bowie, que passa despercebido;
1967, 29 de Dezembro
Lindsay Kemp apresenta o seu novo espectáculo de mímica no Playhouse, de Londres, Pierrot in Turquoise, em que Bowie canta algumas das suas canções compostas especialmente para Kemp, em troca de aulas de mímica;
1969, 4 de Maio
Bowie e Mary Finnigan, com quem vivia na altura, iniciam o Folk Club, no Three Tuns Public House, na Beckenham High Street, sul de Londres. A 25 de Maio deixam cair o nome de Folk Club e adoptam o de The Arts Lab;
1969, 4 de Novembro
Através da Philips, sai o segundo LP de Bowie, originalmente com o título de David Bowie que, mais tarde, em 1972, reeditado pela RCA viria a ter o título de Space Oddity. “The lyrics are full of the grandeur of yesterday, the immediacy of today and the futility of tomorrow.” – Music Now!, November 1969;
Destaques: Space Oddity [Single supostamente lançado para coincidir com a chegada da Apollo XI à Lua, viria a ser o tema-chave para a cobertura pela BBC da viagem daquela Apollo. Inspirada no filme 2001: A Space Odyssey, de Stanley Kubrick (Bowie: “I went stoned out of my mind to see the movie”), muitos viram nela a narração de uma “viagem” com heroína, sendo o Major Tom o junkie que se sente “perdido no espaço” (I’m stepping through the door/And I’m floating/in a most peculiar way/And the stars look very different today)] ~ Janine [Talvez a canção mais forte do LP e, sem dúvida, a que mais indicações dá de temas que farão de Bowie um dos importantes no rock... histórias de amores complexos vividos por personagens com dupla-personalidade (Janine, Janine, you’d like to crash my walls/But if you take an axe to me/You’ll kill another man/Not me at all)] ~ God Knows I’m Good [(God knows I’m good/Surely God won’t look/the other way)];
1970, 16 de Fevereiro
O guitarrista Mick Ronson, junta-se aos Hype de Bowie;
1970, 20 de Março
Bowie casa com Angie ;
1970, 24 de Outubro
No RU sai o single Ride a White Swan, dos T. Rex, que viria a ser considerada a primeira canção Glam (de glamour) Rock;
1970, 4 de Novembro
Editado nos EUA, por intermédio da Mercury Records, o álbum The Man Who Sold The World. No RU só viria a sair em Abril de 1971. Segundo os críticos Roy Carr e Charles Shaar Murray, do New Musical Express, “this is where the story really starts”. A capa escolhida por Bowie, a que aparece na edição britânica, na qual aparece deitado num divã trajando um vestido, viria a ser substituída nos EUA por uma outra em que aparece um desenho, tipo cartoon, do Cane Hill Mental Asylum. Bowie sobre o álbum numa entrevista dada a Cameron Crowe, para o Playboy, de Setembro de 1976: “Well, The Man Who Sold The World is actually the most drug-oriented album I've made.” Reeditado em 1972, a 25 de Novembro, atingiria um #26 no RU e um #105 nos EUA. Singles extraídos: All The Madmen, apenas nos EUA, e como single de promoção;
Destaques: All The Madmen [Escrita acerca do/para o seu meio-irmão, Terry, um esquizofrénico que ficaria internado em Cane Hill (Zane, Zane, Zane Ouvre le Chien) até ao seu suicídio em 1985] ~ The Man Who Sold The World [Inspirada pelo poema Antigonish, de William Hughes Mearns, retoma o tema da dupla-personalidade (Who knows? Not me/We never lost control/You’re face to face/With the Man who Sold the World)] ~ The Supermen [Influenciada pelas obras de Friedrich Nietzsche (Bowie : “I was still going through the thing when I was pretending that I understood Nietzsche... And I had tried to translate it into my own terms to understand it so ‘Supermen’ came out of that.”) e com notórias referências a Also Sprach Zarathustra, de Richard Strauss, no que toca ao destaque dado à batida de tímpano e aos coros. O riff de guitarra terá sido dada a Bowie por Jimmy Page. (Nightmare dreams no mortal mind could hold/A man would tear his brother’s flesh, a chance to die/To turn to mold)];
1971, 27 de Janeiro
Primeira visita de Bowie aos EUA;
1971, 17 de Dezembro
Editado o álbum Hunky Dory, sob a etiqueta RCA Records, com quem tinha assinado contrato em 9 de Setembro e aonde ficará por uma década. Tentando reinventar-se, abandona o som duro do trabalho anterior e procura novas sonoridades menos pesadas. Primeiro trabalho aonde aparecem todos os membros do grupo Spiders From Mars. Em 1972, depois da saída de Ziggy Stardust, atingirá o #2 nas tabelas do RU. “Hunky Dory not only represents Bowie’s most engaging album musically, but also finds him once more writing literally enough to let the listener examine his ideas comfortably” – Rolling Stone, 6 de Janeiro de 1972. Singles extraídos: Changes/Andy Warhol, em 7 de Janeiro de 1972, e Life On Mars?/The Man Who Sold The World, em 22 de Junho de 1973;
Destaques: Changes [Vista por muitos como uma espécie de desafio ao tema My Generation, dos The Who (aonde estes cantavam “my g-g-g-generation”, Bowie canta “Ch-ch-ch-ch-Changes”), e à substituição da velha geração (Oh, look out you rock ‘n rollers), Bowie dá-a apenas como “started out as a parody of a nightclub song”.] ~ Oh! You Pretty Things [A ambiguidade sexual (Oh You Pretty Things/Don’t you know you’re driving your/Mamas and Papas insane) ligada ao conceito nietzschiano do homem superior (You gotta make way/for the Homo Superior), com uma pitada de ficção científica (Look out my window and what do I see/A crack in the sky/and a hand reaching down to me), sob um fundo musical simples mas eficiente, aonde se destaca o piano de Rick Wakeman e os coros da banda.] ~ Life On Mars? [Um perfeito arranjo musical dramático para uma letra feita de versos-observações aparentemente sem sentido, sobre uma série de pequeninas coisas que lhe exigiram atenção (That Mickey Mouse has grown up a cow).] ~ Andy Warhol [Uma de três canções do LP em que Bowie presta homenagem a alguns dos seus inspiradores – sendo as outras, Song For Bob Dylan e Queen Bitch (Andy Warhol looks a scream/Hang him on my wall/Andy Warhol, Silver Screen/Can't tell them apart at all). Completamente acústica, da canção transpira algo de exótico.] ~ Queen Bitch [A ligação aos Velvet Underground já vinha desde 1967, ano em que o seu manager de então, lhe deu uma cópia do primeiro trabalho da banda, tendo inclusivé gravado uma cover de I’m Waiting for the Man, uma canção daquela banda. Muitos vêem nesta canção o modelo usado para o desenvolvimento do estilo musical que viria a ser rotulado de Glam Rock.];
1972, 22 de Janeiro
O Melody Maker, publica a “revelação” de Bowie ao jornalista Michael Watts de que é homosexual: “I’m gay, and always have been, even when I was David Jones.”;
1972, 11 de Fevereiro
Num concerto em Tollworth, Inglaterra, Bowie encarna pela primeira vez a personagem de Ziggy Stardust;
1972, 6 de Junho
É editado no RU o LP The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars, mais conhecido por Ziggy Stardust. Nos EUA é posto à venda a 1 de Setembro. Em pouco tempo atinge o #5 e o #75 nas tabelas, respectivamente, do RU e dos EUA. Trata-se de um trabalho em torno de uma personagem tornada rock star, Ziggy Stardust. Bowie numa entrevista à Rolling Stone, em 1973: “It has been announced that the world will end because of lack of natural resources. Ziggy is in a position where all the kids have access to things that they thought they wanted. The older people have lost all touch with reality and the kids are left on their own to plunder anything. Ziggy was in a rock n roll band and the kids no longer want rock n roll. There’s no electricity to play it. Ziggy’s advisors tells him to collect news and sing it, cause there is no news. So Ziggy does this and there is terrible news.”. O nome de Ziggy Stardust vem da junção do único nome que ele conhecia começado por Z e o do The Legendary Stardust Cowboy, um cantor de música Country. Por mera coincidência, ou não, um dos cantores que ele mais admirava, para além de Lou Reed, era Iggy Pop, dos The Stooges. Singles extraídos: Starman/Suffragette City, em 14 de Abril de 1972, e Rock ‘n’ Roll Suicide/Quicksand, em 11 de Abril de 1974;
Destaques: Five Years [A perfeita introdução para a história a contar, desde o rufar inicial da bateria ao seu conteúdo lírico no que toca a transmitir imagens de um mundo com apenas 5 anos à sua frente (News had just come over/we had five years left to cry in/News guy wept and told us/earth was really dying). Uma interpretação vocal limpa e potente por parte de Bowie – a linha “I never thought I’d need so many people” é um exemplo único das suas capacidades vocais. Segundo Bowie, anos mais tarde, o número de 5 anos surgiu-lhe de um sonho em que o seu pai lhe anunciou que só viveria esse período de tempo e lhe terá pedido para nunca andar de avião, no entanto sempre se pôs outras hipóteses como a de que lhe faltariam 5 anos para atingir os 30 anos de idade, ou o período do contrato que o ligava à RCA.] ~ Starman [Ziggy anuncia a “boa nova” (There’s a starman waiting in the sky/He’s told us not to blow it/Cause he knows it’s all worthwhile). Esta canção veio substituir uma programada cover de Around and Around, de Chuck Berry, por imposição de Dennis Katz, o representante da RCA. Os coros do refrão são influenciados pelos da interpretação de Judy Garland, na canção Somewhere Over The Rainbow do filme The Wizard Of Oz. Lançada como single do álbum, atingiria o #10 no RU, aonde se manteve por 11 semanas] ~ Ziggy Stardust [Ziggy, que segundo Bowie é um personagem vagamente baseado em Vince Taylor, um rock’n’roller dos anos 50’s (“Yeah. He was the inspiration for Ziggy. Vince Taylor was an American rock & roll star from the Sixties who was slowly going crazy. Finally, he fired his band and went onstage one night in a white sheet. He told the audience to rejoice, that he was Jesus. They put him away” – em entrevista a Cameron Crowe, da revista Rolling Stone, em Fevereiro de 1976), assume o seu papel de mensageiro e torna-se numa estrela de rock. Os Wierd e Gilly da letra, são o baixista Trevor Bolder e o baterista Woody Woodmansey, dos Spiders. Inúmeras referências a Jimi Hendrix aparecem ao longo da letra (He played it left hand, but made it too far), (screwed down hairdo) ou (jiving us that we were Voodoo), e a actuais e futuras personagens que ele irá adoptar (screwed up eyes), (snow-white tan) e (Like some cat from Japan)] ~ Suffragette City [Canção oferecida por Bowie aos Mott The Hoople que a recusaram em favor de All The Young Dudes, e uma das favoritas de sempre nas actuações ao vivo de Bowie – no período Ziggy, era a que servia de pretexto para o encenado fellatio com a guitarra de Mick Ronson. Nela pode-se rever a influência do som dos Velvet Underground, já patente em Queen Bitch do álbum Hunky Dory. Ao longo da canção aparecem referências ao filme de Stanley Kubrick, A Clockwork Orange (droogie don’t crash here), a Charles Mingus ou aos The Small Faces (Ohhh, Wham Bam Thank You Ma’am!), e aos Velvet Underground (Hey man) e (Here she comes). O termo suffragette é usado como uma espécie de pejorativo de suffragist.] ~ Rock ‘n’ Roll Suicide [Segundo Bowie, os versos iniciais da canção (Time takes a cigarette, puts it in your mouth) tiveram origem, umas vezes, num poema de Charles Baudelaire, noutras, num de Manuel Machado. Interpretada ao estilo da chanson francaise, sob a influência de Jacques Brel (a quem roubaria o verso Oh no, love, you’re not alone), marca o fim de Ziggy enquanto estrela Sobre ele, Bowie: “At this point I had a passion for the idea of a rock star as meteor and the whole idea of The Who’s line Hope I die before I get old. At that youthful age you cannot believe that you’ll lose the ability to be this enthusiastic and all-knowing about the world, life and experience. You think you’ve probably discovered all the secrets to life. Rock n Roll Suicide was a declaration of the end of the effect of being young.”];
1972, 28 de Julho
O single All The Young Dudes, dos Mott the Hoople é posto à venda. Composto e produzido por Bowie, conta ainda com a sua participação no saxofone. Consta que tê-la-á escrito de imediato e perante o vocalista dos Mott, Ian Hunter, após este ter recusado a oferta de Suffragette City. A generosidade de Bowie deve-se a ele ter descoberto que a banda iria acabar por falta de dinheiro;
1972, Agosto
Bowie produz o álbum de Lou Reed, Transformer, dando também uma mãozinha nos coros;
1973, 13 de Abril
Sai Aladdin Sane. Gravado nos intervalos que as actuações das digressões de Ziggy Stardust permitiam – para muitos críticos musicais, o álbum ressentiu dessa “pressa”. Embora, aparentemente, Ziggy tivesse sido enterrado, Bowie clarifica então que Aladdin Sane é apenas o “Ziggy goes to America” – a maioria de canções teriam sido compostas durante a sua estadia nos EUA e, notoriamente, traduzem essa experiência (“Aladdin Sane’ was a result of my paranoia with America at the time.” – Bowie a Robert Hilburn, do New Musical Express, em Novembro de 1974). Com uma pré-ordem de 100 mil exemplares, o LP atingiria em pouco tempo o #1 da tabela britânica, e um #17 nos EUA. Singles extraídos: The Jean Genie/Ziggy Stardust, em 24 de Novembro de 1972, e Drive-In Saturday/Round and Round, em 6 de Abril de 1973;
Destaques: Watch That Man [Definitivamente influenciado pelo som dos Rolling Stones, via Exile On Main Street, (Ken Scott, o produtor: “’Watch That Man’ was very much a Stones-sounding thing, with the vocal used as an instrument rather than as a lead.”) com uma série de imagens retidas da digressão norte-americana (Shakey threw a party/that lasted all night/Everybody drank a lot of something nice)] ~ Aladdin Sane (1913-1938-197~) [Escrita durante a viagem de barco de regresso ao RU, em Dezembro de 1972, e inspirada pelo livro de Evelyn Waugh, Vile Bodies (Battle cries and champagne just in time for sunrise/Who’ll love Aladdin Sane). Bowie terá deixado cair o título inicial, Love Aladdin Vein, devido às conotações com a droga. O título escolhido acabaria por o ser por causa da possibilidade do jogo com as palavras: Aladdin Sane ou A Lad Insane. Os anos entre parêntesis referem-se aos dos imediatamente antes do início das duas grandes guerras mundiais, sendo o último, o previsível para início da terceira. Notoriamente tida por uma das grandes músicas de Bowie devido ao seu carácter experimental – o piano de Mike Garson é todo ele jazz avant-garde] ~ Panic in Detroit [Inspirada em várias histórias contadas por Iggy Pop sobre os revolucionários de Michigan (He looked a lot like Che Guevara,/drove a diesel van/Kept his gun in quiet seclusion,/such a humble man/The only survivor of the National People’s Gang) e com um ritmo a la Bo Diddley Beat com uma pitada latino-americana. Ben Gerson, na edição de 19 de Julho de 1973, da revista Rolling Stone, descreve-a como “a paranoid descendant of the Motor City’s earlier masterpiece, Martha and the Vandellas’ Nowhere to Run.”] ~ Time [Um fundo musical apropriado para o tema em questão – o burlesco do cabaret para um assunto eterno (Time/He’s waiting in the wings/He speaks of senseless things/His script is you and me boys). Banida da BBC por conteúdo chocante (He flexes like a whore/Falls wanking to the floor)];
1973, 21 de Abril
Termina a sua digressão mundial no Japão. Dias depois apanha o Trans-Siberian Express e visita Moscovo. Esta visita será marcante na composição do álbum Diamond Dogs;
1973, 3 de Junho
Num concerto no Hammersmith Odeon, Bowie anuncia o fim de Ziggy: “Of all the shows on the tour, this one will stay with us the longest because not only is this the last show of the tour, but it is the last show we will ever do.”;
1973, 19 de Outubro
Sai o álbum Pin Ups, aonde Bowie reinterpreta temas dos anos 60s, de vários grupos de R’n’B (Bowie em Julho de 1973: “These are all songs which really meant a lot to me then – they’re all very dear to me. These are all bands which I used to go and hear play down The Marquee between 1964 and 1967. Each one meant something to me at the time. Its my London of the time”.) Entra na tabela britânica a 3 de Novembro, e fica por lá 21 semanas, tendo atingido o #1. Singles extraídos: Sorrow/Port of Amsterdam, em Novembro de 1973;
Destaques: Here Comes the Night [de um original dos Them. Uma interpretação cheia de garra] ~ Everything's Alrigh [de um êxito de 1964, dos The Mojo. Na bateria está o baterista original do grupo, Aynsley Dunbar. Lá para o meio Bowie “faz” de Elvis Presley] ~ Where Have All the Good Times Gone [Dave Davies, o guitarrista dos The Kinks deve ter sentido inveja da guitarra de Mick Ronson. Em Novembro, a Pye Records aproveitando-se do sucesso do álbum viria a relançar um single com o original dos The Kinks]
1974, 11 de Abril
Muda-se para os EUA aonde irá residir dois anos;
1974, 24 de Abril
Posto à venda o álbum Diamond Dogs. Inspirado no famoso livro de George Orwell, 1984, Bowie dá a sua visão de um mundo pós-apocalitico. Tendo-se desligado dos Spiders From Mars passa a ocupar-se pessoalmente da guitarra líder, e embora tenha dado Ziggy Stardust como morto e enterrado, a verdade é que a sua imagem na capa é ainda a de uma metamorfose de Ziggy, híbrido de cão, cujos genitais em exposição explicíta serão alvo de auto-censura e farão com que venham a ser disfarçados em futuras edições. Apontado pelo próprio Bowie como o seu trabalho mais político (“a very political album. My protest ... more me than anything I’ve done previously”) para muitos critícos musicais, este será um trabalho definitivo no nascimento do Punk Rock com a sua visão de um mundo urbano em caos e os seus residentes vivendo um nihiilismo consequente. Consegue um #1 no RU e um #5 nos EUA. Singles extraídos: Rebel, Rebel/Queen Bitch, em 15 de Fevereiro de 1974, Diamond Dogs/ Holy Holy, em 14 de Junho de 1974, e Rock ‘n’ Roll With Me/Panic in Detroit (Live), em 13 de Setembro de 1974;
Destaques: Future Legend [Introdução declamada descrevendo um mundo pós-apocaliptíco (And ten thousand peoploids split into small tribes/Coveting the highest of the sterile skyscrapers/Like packs of dogs assaulting the glass fronts of love-me avenue) em que se vão situar os restantes temas do álbum] ~ Diamond Dogs [Bowie introduz o herói Halloween Jack (The Halloween Jack is a real cool cat/And he lives on top of Manhattan Chase) sob um fundo musical compacto e distorcido, em que os Stooges são a referência base mas em que se descobre a influência dos Rolling Stones. O Glam Rock ficou para trás!] ~ Rebel Rebel [Composta no período de Ziggy, é um dos últimos exemplares, de facto, de Glam Rock. Os dois versos iniciais dão o mote para este hino transsexual (You’ve got your mother in a whirl/She’s not sure if you’re a boy or a girl). Jayne County, o famoso cantor e músico transsexual, reclama que parte da canção terá sido baseada na sua canção Queenage Baby. Lançado como single atinge o #5 nas tabelas britânicas e #64 nas dos EUA.] ~ 1984 [A interpretação de 1984, de Orwell, por Bowie (They’ll split your pretty cranium, and fill it full of air/And tell that you’re eighty, but brother, you won’t care/You’ll be shooting up on anything, tomorrow’s neverthere/Beware the savage jaw of 1984) com uma banda sonora nitidamente baseada no Theme from Shaft, de Isaac Hayes – o personagem Thin White Duke começava a tentar sair do casulo.] ~ Big Brother [Mais um tema composto para o projecto abandonado sobre a obra de Orwell. O início da canção é apontado como tendo por base Sketches of Spain, de Miles Davis. Pode-se, por outro lado, descobrir uma série de pistas que virão a ser retomadas anos mais tarde. Em termos de letra, Bowie pega no final de 1984 em que o personagem principal, de cérebro lavado, aceita o Big Brother (Someone to claim us, someone to follow /Someone to shame us, some brave Apollo/Someone to fool us, someone like you/We want you Big Brother, Big Brother)];
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