1975, Fevereiro
Numa entrevista ao jornalista Bruno Stein, da revista Creem, Bowie não consegue esconder as paranóias provocadas pela sua dependência da cocaína: “Somehow to make a point about how humans are all manipulated, David bought up Hitler’s Germany and said that Hitler, too, was controlled. He wasn’t really the man in charge. (…) I said I don’t believe that he was the dictatorial, omnipotent leader that he’s been taken for.”;
1975, 7 de Março
Sai Young Americans. Bowie reencarna decididamente em Thin White Duke, o chulo branco imaginando-se num Harlem de plástico, gingando com um ar indiferente e frio ao som da Philadelphia Soul, e que reúne energias graças a uma dieta feita de pimentos, leite, e muita cocaína. Pela primeira vez, Bowie consegue um #1 nas tabelas dos EUA, com Fame, tema escrito em parceria com John Lennon e o seu guitarrista, Carlos Alomar. O álbum um #2 no RU e um #9 nos EUA. Singles extraídos: Young Americans/Suffragette City, em 21 de Fevereiro de 1975, e Fame/Right, em 18 de Agosto de 1975;
Destaques: Young Americans [Bowie rende-se definitivamente aos EUA adoptando o som negro da Plastic Soul, e analisando uma série de tópicos da história daquele país, desde o segregacionismo racial recorrendo ao episódio Rose Parks (All the way from Washington/Her bread-winner begs off the bathroom floor/We live for just these twenty years/Do we have to die for the fifty more?) a acontecimentos, então, mais recentes como o escândalo do Watergate que tinha acabado de ser revelado dois dias antes da gravação (Do you remember, your President Nixon?/Do you remember, the bills you have to pay?/Or even yesterday?/Have been the un-American?)] ~ Right [Um tema lento com Bowie a tentar ser James Brown. Mantêm-se em destaque os coros e o sax, numa canção em que até a letra é pastilha elástica] ~ Fame [Um tema sério (Fame, it’s not your brain, it’s just the flame/That burns your change to keep you insane) que Bowie atribui ao resultado de longas conversas com John Lennon, sob um fundo vincadamente Funk erguido a partir de um riff do guitarrista da banda, Carlos Alomar, e que exige ao corpo o mesmo, ou mais, que exige ao cérebro – “Once you’ve heard it, it sticks with you and while you listen to it, it’s really quite difficult to stay still.” – Comentava Jon Landau para a Rolling Stone de 22 de Maio. James Brown irá basear-se nela para compôr a sua canção Hot (I Need To Be Loved, Loved, Loved, Loved). Fame irá atingir, como não podia deixar de ser, o #1 nos EUA] ;
1976, 23 de Janeiro
Sai Station To Station, o álbum que fará a transição para o período Berlim, e que Bowie descreve como “a plea to come back to Europe for me”, aonde até nos temas mais Funk se pode sentir o frio metálico do que estava para vir – o Thin White Duke torna-se mais insensível e cerebral, voltando às velhas preocupações de Bowie com Nietzsche, Aleister Crowley, e mitologias mais ou menos ligadas ao nazismo. Atingiu um #3 nas tabelas dos EUA e um #5 nas do RU. – “It’s a much better album than we’d been led to believe Bowie was willing to make, but while there’s little doubt about his skill, one wonders how long he’ll continue wrestling with rock at all.” – Teri Moris, a 25 de Março de 1976, para a Rolling Stone. Singles extraídos: Golden Years/Can You Hear Me, em 17 de Novembro de 1975, TVC15/We Are the Dead, em 30 de Abril de 1976, e Stay/Word on a Wing, em Julho de 1976;
Destaques: Station To Station [Embora o Funk ainda esteja presente, trata-se de uma das canções mais experimentais de Bowie, e claramente composta por duas canções de estilos diferentes. Em termos de letra, Bowie regressa a velhas obsessões como a religião – embora comece com o som de um comboio, as estações do título referem-se ao calvário de Cristo (“By the way, the title derives from the Stations of the Cross and not the railway system.” – Bowie à revista UNCUT, em 1999), e depois há as referências à Cabala (Here are we/One magical movement/from Kether to Malkuth) – e ao ocultismo, indo buscar o título de um livro de Aleister Crowley, White Stains (The return of the Thin White Duke/making sure white stains). Notável é também o momento de lucidez sobre a sua dependência à cocaína (It’s not the side-effects of the cocaine)] ~ Golden Years [Lançada como single de promoção ao álbum, terá induzido muitos compradores no erro de pensarem que o álbum seguiria o rumo musical traçado por Young Americans. Composta por Bowie tentando recriar um ambiente nostálgico, viria a ser reclamada por Angie como uma canção feita para ela, embora Bowie sempre tenha afirmado que a teria escrito para Elvis Presley e que este a recusara. Lançada em single numa versão mais curta, atingiu o #8 nas tabelas do RU e o #10 nas dos EUA.] ~ Wild Is the Wind [Escrita pela dupla Dimitri Tiompkin/Ned Washington, é pela interpretação de Nina Simone que Bowie é inspirado a fazer esta cover. Considerada uma das grandes vocalizações de Bowie.] ;
1976, Fevereiro
“I think I might have been a bloody good Hitler. I'd be an excellent dictator. Very eccentric and quite mad.” – Bowie em entrevista a Cameron Crowe da Rolling Stone;
1976, 3 de Fevereiro
Pela primeira vez, num concerto em Seattle, Bowie apresenta a sua nova reencarnação como Thin White Duke;
1976, 2 de Abril
Ao atravessar a fronteira entre a URSS e a Polónia é detido por trazer consigo livros ligados ao nazismo;
1976, 23 de Abril
Nos EUA, os Ramones editam o seu primeiro álbum, Ramones, sendo considerado um dos primeiros álbuns de Punk Rock;
1976, 26 de Abril
Após um concerto em Estocolmo, Suécia, Bowie declara a um jornalista sueco que “As I see it I am the only alternative for the premier in England. I believe Britain could benefit from a fascist leader. After all, fascism is really nationalism.”;
1976, 2 de Maio
Bowie chega à Victoria Station, em Londres, após 2 anos de ausência e saúda os presentes com uma saudação nazi;
1976, 9 de Maio
Estreia o filme de Nicholas Roeg, The Man Who Fell to Earth, em que Bowie interpreta o papel de um extraterrestre;
1976, Julho
Iggy Pop começa a gravar o seu trabalho The Idiot, em colaboração estreita com David Bowie que é co-autor e produtor de todas as canções do álbum;
1976, Outubro
Bowie muda-se para Berlim, Alemanha. Aluga um apartamento na zona em que os imigrantes turcos se concentram e leva uma vida pacata, querendo esquecer o período louco que viveu nos EUA;
1976, 26 de Novembro
No RU, os Sex Pistols editam o seu primeiro trabalho, o single Anarchy in the UK;
1977, 14 de Janeiro
Low, o primeiro álbum da trilogia conhecida por “Berlin Trilogy” é posto à venda. O título, segundo o produtor Tony Visconti, tinha a ver com o estado de espírito de Bowie à época. Dividido em duas partes, sendo a primeira composta por canções curtas e a segunda pelas mais longas, é notória a influência de Brian Eno nestas últimas, em especial em Warszawa que é de sua autoria, e do som de bandas germânicas como os Kraftwerk ou os Neu!. A capa, usando uma fotografia do perfil de Bowie, retirada do filme de Roeg, The Man Who Fell to Earth, foi criada a pensar no efeito que transmitia: low profile. Viria a atingir o #2 nas tabelas britânicas e o #11 nas dos EUA. Singles extraídos: Sound And Vision/A New Career in a New Town, em 11 de Fevereiro de 1977, e Be My Wife/Speed of Life, em 17 de Junho de 1977;
Destaques: Speed of Life [Um instrumental, caso nunca antes visto na carreira de Bowie, a dar o arranque com todo o seu sintético ritmo germânico mostrando um Bowie surpreendentemente renovador e cativante. Aparentemente terá tentado compor uma letra para esta canção mas perante o resultado acabou por desistir] ~ Breaking Glass [Uma letra muito intima (Baby, I’ve been/breaking glass/In your room again) mas suficientemente simples e misteriosa para captar a atenção auditiva, sob um som neurótico, com algo de Funk. Segundo Bowie, o que ele desenhava na carpete (Don’t look at the carpet/I drew something awful on it) era a chamada Árvore da Vida, mencionada na Cabala] ~ Sound And Vision [Escolhida para ser o primeiro single do álbum, embora a contragosto da RCA que advinhava um fracasso comercial, viria a ser seleccionada pela BBC para pano musical de fundo nos seus anúncios de programação, o que a projectaria comercialmente ao ponto de no RU ter atingido o #3 das tabelas, enquanto nos EUA se quedaria pelo #69. Aparentemente, a letra da canção é sobre a sua existência em Los Angeles mas suficientemente ambígua para se poder julgar actualizada à sua existência em Berlim. O facto mais surpreendente nesta canção continua a ser a extensão da sua introdução, com Bowie a cantar o primeiro verso apenas a metade da duração da mesma, e a sua extensão que por isso, parece mais pequena do que é.] ~ Always Crashing In The Same Car [A inevitabilidade de se cometer o mesmo erro como tema (provavelmente analisando a sua dependência da cocaína) sob um fundo musical minimalista mas denso e experimental. Aparentemente, Bowie teria escrito um terceiro verso (o produtor Tony Visconti, numa entrevista dada à revista UNCUT, em 1999, relembra: “I remember David wrote a third verse to Always Crashing In The Same Car and sang it in the style of Bob Dylan. It was done half in jest, but we were a little freaked because Dylan had just been in that motorcycle accident and this seemed like bad taste, I guess. David asked me to erase it and I did.”) ] ~ Warszawa [Segundo Bowie, esta canção resulta das impressões sentidas durante uma visita àquela cidade (“Warszawa is about Warsaw and the very bleak atmosphere I got from the city.” – Bowie numa entrevista a Tim Lott, para o Record Mirror em Setembro de 1977). As 110 vozes ouvidas na canção limitam-se a uma, a de Bowie, sobreposta “n” vezes. A música terá sido composta por Brian Eno durante uma ausência de Bowie em Paris, e este apenas teria dado algumas sugestões e a letra que, supostamente, será uma “reinterpretação” sonora de um tema vocal folclórico polaco.];
1977, Abril
Nova colaboração com Iggy Pop, para o álbum Lust For Life;
1977, 16 de Setembro
Nos EUA, os Talking Heads lançam o seu primeiro LP: 77;
1977, 14 de Outubro
A segunda peça da “Berlin Trilogy”, “Heroes” sai a público. Bowie e Eno aprofundam a abordagem musical iniciada em Low (“It's louder and harder and played with more energy in a way.” – Bowie numa entrevista dada à revista UNCUT, em 1999) e a presença do guitarrista Robert Fripp, ex-King Crimson, ter-lhe-á dado outro valor. Trata-se de um álbum muito mais europeu, via Berlim, no sentido de que em termos musicais é mais claro sobre as suas influências (o chamado Krautrock – o rock alemão, essencialmente electrónico e com larga influência do Jazz europeu, minimalista e experimentalista) e de que as suas letras têm a ver com o ambiente vivido naquela cidade citiada e palco diário da chamada Guerra Fria. Conseguiu um #3 nas tabelas britânicas e um #35 nas dos EUA. Singles extraídos: “Heroes”/V-2 Schneider, em 14 de Outubro de 1977, e Beauty and the Beast/Sense of Doubt, em 6 de Janeiro de 1978;
Destaques: “Heroes” [Uma narrativa brilhantemente lírica de dois jovens berlinenses que se encontram junto ao Muro, chamado de, da vergonha (I, I can remember (I remember)/Standing, by the wall (by the wall)/And the guns, shot above our heads (over our heads)/And we kissed, as though nothing could fall (nothing could fall)/And the shame, was on the other side) sem a necessidade de um futuro (We can be Heroes, just for one day) ou de grandes compromissos (We're nothing, and nothing will help us). O título da canção é uma homenagem de Bowie à banda alemã Neu! que, em 1975, lançara uma música com o título de Hero, e a sua inspiração nasceu de Bowie ter visto o produtor Tony Visconti a beijar uma das vocalistas do coro, Antonia Maass, junto ao Muro. Uma das técnicas usadas por Visconti para captar a voz de Bowie foi a do recurso a três microfones situados a diferentes distâncias que eram abertos conforme a evolução das vocalizações. Lançada como single atingiu o #24 nas tabelas britânicas.] ~ Sons of the Silent Age [Dada provisoriamente como a canção-título do álbum, é sem dúvida alguma a segunda grande obra-prima do álbum quer pela sua letra que, com a de “Heroes”, nos dá uma imagem quase alienante (Sons of the silent age/Make love only once but dream and dream/They don't walk, they just glide in and out of life/They never die, they just go to sleep one day) desse espaço urbano que era Berlim, quer pela sua banda sonora dirigida por um saxofone feito lamento e pela interpretação cheia de paixão do vocalista Bowie.] ~ V-2 Schneider [Um instrumental que deve o seu título ao V-2 rocket, e a Florian Schneider, um dos membros-fundadores dos Kraftwerk, e bem claro nas suas influências kraftwerkianas. David Buckley, no seu livro Strange Fascination - David Bowie: The Definitive Story, descreve-a como “One can almost see the Nazis parading past the control room of the Hansa Studios as the music – insistent, militaristic – tumbles out of the speakers.”] ;
1978, 7 de Janeiro
Numa entrevista dada a Chris Brazier, do Melody Maker, Amanda Lear, um suposto transsexual e, entre outras coisas, ex-amante de Salvador Dali, modelo, cantora de Discosound, etc, para além de namorada de Bowie, diz que “With David it was great because it was a kind of symbiosis, an exchange, it wasn't just take, take, take. I introduced him to Germany, to expressionism and to Fritz Lang. I told him about Dali and he used Un Chien Andalou on his tour. Before I met him I was reading Tolkien and Herman Hesse, now I read Machiavelli.”;
1979, Fevereiro
Estreia em Londres do filme Just a Gigolo, de David Hemmings, com a presença de Bowie em kimono;
1979, 18 de Maio
Lodger, o último trabalho da “Berlin Trilogy” sai. Sendo o mais acessível da trilogia, não deixa de ser um disco cheio de boas canções. Muitos críticos musicais descobririam nele uma orientação mais Pop, isto é, menos arrojada, a que não seria alheia a falta de motivação entre Bowie e Eno (o guitarrista Adrian Belew: “They didn’t quarrel or anything uncivilised like that; they just didn’t seem to have the spark that I imagine they might have had during the “Heroes” album.”). Recebendo inicialmente o título de Planned Accidents, numa fase posterior passou a chamar-se de Despite Straight Lines, acabando por se fixar em Lodger, viria a ser basicamente dividido em duas partes, sendo a primeira relacionada com viagens e a segunda, com criticas sociais. Atingiria o #4 nas tabelas britânicas e o #20 nas dos EUA. Singles extraídos: Boys Keep Swinging/Fantastic Voyage, em 27 de Abril de 1979, e DJ/Repetition, em 29 de Junho de 1979;
Destaques: Fantastic Voyage [Primeira canção do LP e cujo tema é a ameaça nuclear (It’s a very modern world, but nobody’s perfect/It’s a moving world, but that’s no reason/To shoot some of those missiles/Think of us as fatherless scum) e criada propositadamente com uma estrutura em tudo semelhante à Boys Keep Swinging (o produtor Tony Visconti, numa entrevista dada em 2001 à revista UNCUT: “Fantastic Voyage and Boys Keep Swinging are the same song harmonically and structurally, as well as a third track that was never used.”).] ~ Yassassin (Turkish for Long Live) [Um Reggae com sabor turco (Visconti em 2001: “Yassisin was a deliberate attempt to make a hybrid form of music - Reggae/Turkish”) com uma letra em que provavelmente reflecte sobre o que assistiu enquanto viveu no bairro turco de Berlim (We came from the farmlands/To live in this city/We walked proud and lustful/In this resonant world/You want to fight/But I don't want to leave/Or drift away). Single lançado apenas nos mercados holandês e turco] ~ DJ [Observações cínicas sobre o culto dos DeeJay (One more weekend of lights/and evening faces/Fast food, living nostalgia). Em termos de música, são notórias as influências ritmícas e de vocalização dos Talking Heads. O solo do guitarrista Adrian Belew foi registado em várias gravações e misturadas posteriormente numa só. O single atingiu o #29 nas tabelas britânicas.] ~ Red Money [Embora composta por Bowie e Alomar, terá sido Iggy Pop o primeiro a disponibilizar esta canção no seu álbum de 1977, The Idiot, mas com outra letra e sob o título Sister Midnight. De novo a ameaça nuclear (Project cancelled/Tumbling central/Red Money)];
1980, 3 de Fevereiro
Decretado o divórcio de Bowie com Angie;
1980, 29 de Maio
Estreia da peça The Elephant Man no Denver Centre of Performing Arts, com Bowie no papel de John Merrick. No dia 23 de Setembro estreia finalmente na Broadway;
1980, 12 de Setembro
Scary Monsters (and Super Creeps) é disponibilizado ao público pela RCA sob o título de promoção “Often Copied, Never Equalled”. Apontado como um natural sucessor dos trabalhos englobados na “Berlin Trilogy” (“Scary Monsters is never mentioned as being part of the three albums, but I think it is the crowning glory of what we had learned from making the Triptych. Even though Brian wasn't with us on that one you can feel his influence.” – Tony Visconti, à revista UNCUT), em que contou com a colaboração criativa de Eno, é sem dúvida alguma um álbum virado para o mercado com canções menos experimentais, melodicamente mais acessíveis mas enriquecidas com letras cuidadas. (“Scary Monsters is, in fact, a lamenting look at the renascent barbarism that Bowie sees engulfing the supposedly modern world.” - Kurt Loder, na revista Rolling Stone, de 13 de November de 1980) Atingiu o #1 nas tabelas britânicas e o #12 nas dos EUA. Singles extraídos: Ashes to Ashes/Move On, em 1 de Agosto de 1980, Fashion/Scream Like a Baby, em 24 de Outubro de 1980, Scary Monsters (and Super Creeps)/Because You’re Young, em 2 de Janeiro de 1981, e Up the Hill Backwards/Crystal Japan, em Março de 1981;
Destaques: It's No Game, Pt.1/P2 [Como de costume, mais um começo soberbo. Michi Hirota encarrega-se da versão japonesa (“Also, repeating me parrot fashion but in Japanese is a young Japanese girl friend of mine who says the lyric in such a way as to give the lie to the whole very sexist idea of how Japanese girls are so very prim. She’s like a Samurai the way she hammers it out. It’s no longer the little Geisha girl kind of thing, which really pisses me off because they’re just not like that at all.” – Bowie, em entrevista ao jornalista Angus MacKinnon, para o New Musical Express de Setembro de 1980), na Pt.1, sendo seguida por um Bowie que berra estridente a versão inglesa e que, na Pt.2, ao fechar o álbum e sem a versão japonesa, é muito mais melódico, como se vencido (So where’s the moral/when people have their fingers broken/To be insulted by these fascists/it’s so degrading/And it’s no game) ] ~ Scary Monsters (and Super Creeps) [Com uma notável guitarra vadiando (Robert Fripp: “On the song Scary Monsters, there’s a guitar break in which I play over the chords for the middle instead of for the chorus. In other words, instead of playing over the E and the D, I was playing over a D and a B - Bowie’s initials. Even more subtle.”) no fundo da interpretação – vocalização cockney e artificialmente tremida – de Bowie de uma letra cujo tema é a alienação mental de uma rapariga (She could've been a killer/if she didn't walk the way she do/and she do/She opened strange doors/that we'd never close again), a canção-título acabaria por atingir o #20 das tabelas inglesas.] ~ Ashes To Ashes [Canção lançada para promoção do LP com uma antecedência de mais de um mês, e por ela ficámos a saber aquilo que já há muito desconfiávamos: que o Major Tom de Space Oddity era apenas um drogado (We know Major Tom’s a junkie) mas que estava com saudades de casa (Want an axe to break the ice/Wanna come down right now). Uma interpretação vocal cheia de nuances por parte do Major Tom, reforçada pelo trabalho de produção a cargo do (quase) eterno Tony Visconti que consegue criar uns coros vindos do espaço em forma de rumores] ~ Fashion [Um Funk em que a guitarra de Fripp vai enriquecendo o ritmo estabelecido pelo baixo de George Murray, para uma letra em que Bowie analisa cinicamente a cegueira com que se seguem as modas, supostamente nesta canção, a moda New Romantic (We are the goon squad and we're coming to town) dando-os como robots (Beep-beep/Beep-beep) e sem vontade própria (Fashion! Turn to the left/Fashion! Turn to the right)] ;
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